Jardins do Colégio St Julians
Jardins do Colégio St Julians
Carcavelos, Oeiras
A Quinta Nova (antes quinta de Santo António) foi construída por volta de 1750. A paisagem envolvente mantém as características com que foi criada: a praia e as dunas a sul; o pinhal, a nascente e sudeste; as cortinas arbóreas e as sebes que abrigam do vento noroeste dominante; e o longo eixo que dá acesso ao palácio desenhado no século XVIII. A manutenção deste património deve-se aos vários proprietários que tiveram o mérito de o preservar incluindo as sucessivas direções do Colégio de St. Julians que, a partir de 1932, preservaram os seus elementos mais importantes, adaptando-os à utilização escolar.
O jardim formal do século XVIII permaneceu como marca do seu primeiro proprietário, que trabalhou como Ministro das Finanças e era amigo de confiança do Marquês de Pombal.
O primeiro terraço é dividido geometricamente e o centro é ocupado por um lago elíptico onde um jato envia água para o cascalho e não para o espelho d’água original. A vegetação feita de canteiros formais é cuidadosamente aparada. As rosas, os limoeiros e a topiaria de murta e buxo mostram que uma equipa de jardinagem cuida bem desta reminiscência dos tempos antigos, e a direção da escola quer mantê-la.
O segundo terraço é agora utilizado como parque infantil mas o muro de suporte foi mantido e o eixo central é acentuado por uma pérgula de pilares de pedra que suporta uma trepadeira. Os edifícios pré-fabricados existentes criam uma obstrução visual que não permite compreender o traçado simétrico que lá permanece.
O terraço inferior, ao qual uma escada semicircular dá acesso, está agora coberto de relva e vegetação. Um novo edifício que é utilizado para atividades escolares surgiu no século XX, no lado oeste, respeitando o eixo central. A sua localização permite a recuperação da simetria no lado leste. O resto deste terceiro terraço está com utilização de espaço de recreio informal e pode ser trazido à sua forma original.
O layout do antigo jardim é muito claro e a sua estrutura não foi destruída, exceto a vegetação e provavelmente o sistema hidráulico original. Oferece, portanto, a possibilidade de um restauro que o devolveria à sua beleza original como declaração de valor patrimonial.
A harmonização e enquadramento de um anfiteatro ao ar livre, courts de ténis, campo de futebol, charca e campo de rugby será um ponto marcante na zona mais orgânica e cujo carácter se afasta do formalismo presente nos jardins do séc XVIII.
A fusão entre o jardim formal de uma antiga quinta portuguesa e o jardim paisagístico inglês surge como uma interessante oportunidade onde ambos contribuem para a qualidade e diversidade da paisagem.
Coordenação de Projecto
Cristina Castel-Branco e Carlos Ribas
Assistência de Projecto
João Crisóstomo
Área
7.7 ha
Data
2016
Observações
Concurso