A proposta original para a intervenção paisagística na Quinta da Tala de Cima, em Sintra foi elaborada e construída entre 1985 e 1987, nos primórdios da constituição de ACB como atelier, e teve por objectivos criar cortinas de vegetação que garantissem privacidade da envolvente urbana a Norte, o enquadramento de vistas, campo de ténis e piscina, definição de percursos e zonas de estadia confortáveis sob sombra.

Na 2ª fase de projecto, em 2004, já a vegetação havia atingido o seu estado de maturidade, surge a necessidade de antecipar o crescimento de novas cortinas de vegetação para protecção visual e acústica de um viaduto do IC16 a construir brevemente.

No entanto, esta proposta assume-se também como um complemento da 1ª fase e apresenta soluções de maior expressão.

A alameda de buxo serviu como charneira entre os projectos original e presente, sendo a sua ligação criada por aberturas bem talhadas na alameda de buxo, as quais, simultaneamente, enquadram perspectivas longas. A este novo diálogo entre jardins acrescentou-se um elemento artístico: uma escultura que é também uma fonte, a qual cria um ponto de atracção que convida a aproximação através de um novo caminho até lago, ligando depois ao jardim novo.

Tal como o resto da quinta, esta parte foi no passado terreno de produção, persistindo algumas laranjeiras, uma longa caleira e uma nora, esquecida e coberta por uma buganvília exuberante. Foram estes os elementos que orientaram a proposta da 2ª fase, recriando o ambiente rural num desenho contemporâneo que valoriza uma área significativa da Quinta, visível desde a entrada, garante mais privacidade, proporciona uma maior profundidade visual e assegura melhor estacionamento.