Quinta Patino
Quinta Patino
Estoril
Projectou-se uma intervenção paisagística num lote do condomínio da Quinta Patino, com a forma de um anfiteatro virado a poente. Aborda-se o espaço, de 5.000m2 livres de construção, tendo em vista a criação de um jardim que se liga a outro, já consolidado, no lote adjacente, onde se encontra a residência do proprietário.
Propõe-se a criação de uma zona de estadia constituída por um espelho de água e por um pavilhão escavado no declive do terreno. Aproveita-se um talude acentuado pré-existente para a integração desta estrutura, a qual será revestida por um sistema de cobertura vegetal que garante uma leitura contínua de relva sobre o pavilhão, quando visto de cima.
O potencial do terreno como cenário natural constitui um estímulo e um complemento para implantação de peças escultóricas para as quais se escolheram zonas especiais que animem um percurso que serpenteia dentro do lote.
A proposta preserva a totalidade dos sobreiros e pinheiros existentes e prevê a abertura de clareiras e vistas para o exterior (Casa Patino e Sintra) através do corte dos eucaliptos. A privacidade será obtida através de uma orla arbustiva e arbórea de espécies autóctones na periferia, prevendo-se o revestimento dos taludes existentes na extrema Poente com um pomar de espécies mediterrânicas, convidando o olhar para as vistas sobre o vale.
Um primeiro objectivo deste projecto foi preservar a massa verde existente, nomeadamente os pinheiros maduros, no sentido de serem apreciados a partir do lote onde se encontra a residência do cliente.
Um segundo objectivo apontava para uma ligação “verde” entre os dois lotes através do aumento da área de relvado junto à casa, a qual, estando 3m acima da área central do lote adjacente, constitui-se como um mirante, tirando partido de vista do jardim agora criado.
Como terceiro objectivo, aceite como desafio e novidade pelo proprietário acordou-se no traçado de um percurso ao longo do qual se instalam objectos de arte com a colocação de duas peças que surgem como elementos de Land Art: a parede de painéis e o espelho de água.
O resultado final da conjugação destes três objectivos é um espaço em três socalcos quase naturais, que talham uma encosta abrupta, assim esculpida de forma amena que permite apreciar plataformas de ardósia que permitem a disposição de peças escultóricas. Todos os percursos foram desenhados com vista a este circuito artístico, através do qual as peças de artistas internacionais muito conceituados como:
• Antony Gormley
• Dan Graham
• Thomas Shutte
• Claes Oldenburg & Coosje Van Bruggen,
surgem de surpresa ou vão ganhando mais detalhe numa aproximação linear.
Coordenação de Projecto
Cristina Castel-Branco
Assistência de Projecto
Miguel Coelho Sousa
Raquel Carvalho
Área
0.5 ha
Estado
Construído
Data
2006